Uma cultura empresarial positiva gera mais engajamento por parte dos funcionários e melhora o ambiente de trabalho - e isso valoriza o negócio como um todo
Por Flávia Madureira
Não deixar o cliente esperando, atendê-lo de forma educada, paciente e simpática e com um preparo técnico adequado são as noções mais básicas quando se trata de atender a freguesia de um bar ou restaurante. Mas um atendimento de qualidade precisa ir além do básico.
Para isso, ele deve partir de um alicerce formado pela cultura empresarial. Independentemente do tamanho do negócio, a importância deste elemento é inegável e está relacionada aos aspectos “não numéricos” do dia a dia do estabelecimento, como a experiência que o ambiente de trabalho proporciona ao colaborador e que é transmitida ao cliente.
Isso significa que a cultura organizacional, como também é chamada, determina a conduta de todos os integrantes da empresa a partir de crenças, valores e expectativas alinhadas naquele ecossistema. Ela reflete, portanto, o que o cliente não vê de forma direta, mas que faz grande diferença no ambiente do negócio.
Segundo Erika Rocha, especialista em estruturação e gestão de bares e fundadora e diretora da Brewsiness, empresa de consultoria voltada para negócios cervejeiros, “a cultura é construída ao longo do tempo e dita o que fazemos, como fazemos e porque fazemos”.
E por designar as atitudes dos colaboradores, ela influencia a experiência do público, o que impacta diretamente o consumo. Quando implementada de forma bem sucedida, ela é capaz de diminuir a barreira entre as pessoas e criar comunidades.
Estas estruturas são mais sólidas do que podem parecer à primeira vista, mas para entendê-las, basta refletir: não é suficiente pensar apenas em vender aos clientes, as pessoas procuram consumir em empresas com as quais se conectam e que compartilhem seus valores.
O atendimento se porta como uma das principais pontes entre o cliente e a fidelização nessa comunidade. Por esse motivo, um time capacitado para atender a todos os tipos de público irá atraí-lo em uma variedade e uma quantidade maior, o que aumenta o consumo.
Outro efeito apontado por Erika é a diferenciação perante a concorrência: “o que faz realmente as pessoas voltarem não é somente a qualidade do produto, isso é elementar, mas sim o atendimento e a experiência do cliente”.
De dentro para fora
Erika reforça o papel da cultura empresarial para que esses retornos ocorram. Garantir que o tratamento interno dado à equipe também esteja permeado pelos mesmos valores que o estabelecimento deseja transmitir ao público é essencial. Investir verdadeiramente na equipe faz toda a diferença, afinal, ela transmite a mensagem da empresa.
“ As pessoas são o maior ativo da empresa. Os colaboradores são seus embaixadores, eles cuidam do seu negócio, então também precisam ser bem cuidados”, afirma. A atenção com a equipe pode ser exercida em diversas vertentes, sendo algumas delas:
• Treinamento e capacitação;
• Reconhecimento;
• Desenvolvimento do plano de carreira;
• Cuidado com a saúde mental e física;
• Boas condições de trabalho;
• Flexibilização de jornadas mais intensas;
• Concessão de uniformes (ação de baixo investimento e alto impacto);
• Descansos regulares para jornadas intensas;
• Poder frequentar e consumir no estabelecimento em que trabalha.
Com a avalanche de mudanças no cenário de negócios e no mercado de trabalho, o RH se torna um ponto central e estratégico. Pautas como saúde mental, burnout, demandas relacionadas ao modo de vida, jornadas exaustivas e baixa remuneração não podem ser ignoradas. Se manter atualizado é vital - para a saúde do seu negócio e da sua equipe.
