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Através de mudanças estruturais e sociais, os estabelecimentos podem proporcionar grandes impactos na vida das pessoas com deficiência, promovendo um ambiente digno e igualitário

Por Carolina Cequeira

Com algumas mudanças, empreedimentos podem melhorar a experiência dos clinetes e proporcionar um ambiente inclusivo. Foto: Midjourney

A acessibilidade é um tema crucial que abrange medidas para tornar espaços físicos acessíveis para todos, inclusive PDCs (pessoas com deficiência), inclusive em bares e restaurantes. No Brasil, 45 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dessa forma, empreendedores do setor, através de mudanças estruturais e sociais, podem garantir que a acessibilidade não seja apenas um dever legal, mas também uma oportunidade de negócio e uma questão de responsabilidade social.

O que diz a legislação?

Desde 2015, a Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI)- Lei nº 13.146/2015 , estabelece normas gerais sobre acessibilidade, complementadas por normas específicas de cada município.

A acessibilidade vai além de rampas para cadeirantes. Inclui mesas acessíveis, cardápios em braille, banheiros adaptados e a permissão de entrada de cães-guia.

Assim como defende Aline Castro, idealizadora do projeto AcessibiliBAR, que por meio de sua conta no instagram visa certifica os lugares que além de estrutura física, possuem condições de atender ao público PDC para que mais pessoas com deficiência possam conhecer, em Belo Horizonte, cidade onde mora, e em demais cidades pelo país.

Aline, que nasceu com atrofia muscular espinhal é cadeirante, e acredita na importancia de adaptar os estabelecimentos para que todos tenham dignidade e autonomia para acessar esses ambientes, proporcionando assim uma melhor experiência do usuário.

O não cumprimento das normas de acessibilidade pode resultar em multas aplicadas pelo Ministério Público Federal. As fiscalizações são feitas por meio de denúncias. Essas punições incentivam o cumprimento das leis e promovem a inclusão.

Como tornar o empreendimento acessível

Compreender e implementar as adaptações necessárias torna-se um passo crucial para o sucesso e a sustentabilidade dos estabelecimentos no competitivo mercado .

As mudanças que devem ser implementadas nos estabelecimentos são:

Rampas de acesso e Piso tátil: Facilitar a locomoção de pessoas com mobilidade reduzida e deficiência visual, promovendo mais segurança nos acessos internos;

Mesas Acessíveis: Disponibilizar ao menos uma mesa adaptada para cadeirantes, com altura adequada e localização que garanta a circulação;

Cardápios em Braille: Oferecer cardápios em braille é obrigatório, mas aplicativos digitais que permitam a leitura automática podem facilitar tanto para o empreendedor quanto para o cliente;

Banheiros Adaptados: Pelo menos um banheiro deve seguir as normas de acessibilidade, com barras de apoio, pias e vasos sanitários na altura adequada;

Permissão de Cão-Guia: Diversos estabelecimentos proíbem a entrada de animais, mas para o público com deficiência visual, é obrigatório garantir a entrada e permanência de cães-guia;

Vagas de Estacionamento: Disponibilizar vagas acessíveis próximas à entrada é outro ponto que os estabelecimentos devem garantir para atender o público PDC;

Treinamento da equipe: Capacitar a equipe para atender de forma inclusiva os diferentes tipos de deficiência, incluindo cursos de libras e incentivo à empatia no atendimento.

Com essas modificações estruturais e intelectuais, os empreendimentos podem melhorar a experiência dos clientes, proporcionando um ambiente inclusivo, promovendo a independência, facilitando a autonomia, a inclusão social e ampliando o público, atraindo e fidelizando clientes que valorizam a acessibilidade.

Mudanças que fazem a diferença

O Órbita Blue, em Fortaleza, é um exemplo de estabelecimento que tem passado por melhorias para oferecer maior inclusão ao público.

O Órbita Blue em Fortaleza é um exemplo de espaço inclusivo, que conta com rampas de acesso, cardápios acessíveis e colaboradores treinados. Foto: Instagram Órbita Blue

Por ser um estabelecimento na beira da praia, rampas de acesso e cadeiras anfíbias são oferecidas ao público, além das opções de cardápios em braile e aplicativos que ajudam na comunicação entre os clientes e colaboradores.

A proprietária Patricia Carvalhedo conta que sempre buscou oferecer um espaço inclusivo, desde cardápios até treinamento de colaboradores para proporcionar uma ótima experiência aos clientes.

“Acreditamos que essa dedicação à acessibilidade favorece a imagem da casa, principalmente porque há um compromisso genuíno. Impactamos não apenas nossos clientes, mas também nossos colaboradores. Recebemos pessoas que nunca haviam tido a chance de entrar no mar em suas vidas, realizando sonhos possíveis. Isso é impagável e absolutamente recompensador. São experiências indescritíveis e o impacto na equipe é imensurável”, reforça Patrícia.

Assim, para os empreendedores do setor, além de cumprir a legislação, investir em acessibilidade traz benefícios significativos, tanto sociais quanto econômicos. Ao fazer pequenas mudanças, os estabelecimentos podem proporcionar grandes impactos na vida das pessoas com deficiência, promovendo um ambiente mais justo e igualitário para todos.

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