Segundo a Fase Retomada Segura divulgada pelo Governo do Estado de São Paulo, no dia 16 de agosto, estabelecimentos comerciais, incluindo restaurantes e lanchonetes, podem funcionar com 100% da capacidade de operação
Apesar do provável aumento no movimento, para os proprietários, o cenário ainda está bem longe da normalidade. Na verdade, para alguns locais, voltar à realidade pré-pandemia nem está mais nos planos. Para Solange Cassar, especialista em segurança alimentar, é preciso pensar no bem-estar do cliente.
“Mesmo com a liberação dos 100%, nós vamos manter o distanciamento entre as mesas”, revela Douglas Galvão, proprietário do restaurante Praia do Sabugo, em Sorocaba (SP). “Tiramos cerca de seis mesas de quatro lugares do salão, ficou bem mais agradável. Hoje, eu escuto muito que os clientes preferem vir aqui por se sentirem mais seguros.”
A diminuição no número de mesas não é a única alteração que a pandemia trouxe para o restaurante de frutos do mar. A disponibilidade de álcool em gel, uso de luvas plásticas e o cardápio virtual são outras heranças que devem permanecer no local. Para Solange Cassar, nutricionista especialista em segurança alimentar, manter as lições aprendidas é fundamental para garantir o futuro do negócio.
“Os donos dos estabelecimentos precisam investir na segurança e manutenção da saúde de cada cliente. É uma coisa a mais para se preocupar”, afirma Solange. Diretora da Normalize Nutrição, a nutricionista está acostumada a desenvolver manuais de boas práticas para empresas de diversos setores.
Nesse cenário, a relevância do serviço cresceu, pois, além de evitar as sanções dos órgãos reguladores, agora, a necessidade de seguir os protocolos é fundamental para agradar ao consumidor. “Quem pretende continuar com as portas abertas precisa estar preparado para atender essa importante exigência do público.”
Ajustes ainda precisam ser feitos
Apesar dos quase dois anos lidando com a pandemia, ainda é fácil encontrar estabelecimentos que precisem aprimorar alguns procedimentos. Nem sempre é possível encontrar álcool à disposição, por exemplo.
“Outro dia, estava em um supermercado e precisei passar álcool em gel. Andei pelos corredores e nada de encontrar. Tive que voltar até a entrada da loja para pegar um pouco”, relata Solange. “A recomendação não é essa. Precisa estar facilmente acessível para que o cliente não precise se deslocar muito.”
Além de oferecer o sanitizante, outro procedimento pedido pela especialista é atenção às filas, que devem seguir respeitando o distanciamento, além do cuidado com a constante limpeza dos equipamentos de ar condicionado e comandas, muito comuns em padarias e restaurantes por quilo. Apesar do avanço da vacinação, a obrigatoriedade do uso da máscara de proteção respiratória deve continuar nos próximos meses.
“Com essa conscientização coletiva, quando terminar a pandemia, esses aprendizados evitarão o contágio de outras doenças, inclusive, a gripe”, acredita Solange. Quem comemora são os empresários já que saúde é sinônimo de lucro. “Com a chegada do calor, as pessoas sairão mais e estaremos preparados para garantir a segurança de todos os clientes”, finaliza Douglas.