Ao lado de Simone Galante, Marco Amatti e Sérgio Molinari, a CEO da Gouvea Foodservice participou da palestra “Os consumidores e os estabelecimentos no pós-pandemia”, durante o 34º Congresso Nacional Abrasel
A pandemia mudou diversos hábitos da população como um todo. Situações como delivery, home office e reuniões por vídeo chamada se tornaram cada vez mais comuns. Durante o Congresso Abrasel, a palestra “Os consumidores e os estabelecimentos no pós-pandemia” abordou principalmente a mudança de hábitos no que remete ao foodservice.
“Durante a pandemia, existiu um contexto que empurrou o setor de foodservice para enxergar melhor a tecnologia”, analisa Cristina Souza, da Gouvea Foodservice. Porém, ela enxerga o momento atual como chave, pois é possível perder um pouco do que se avançou durante a pandemia. “Os cardápios em QR Code, tão utilizados à época, já sofrem com uma certa resistência”, completa.
Já Simone Galante, CEO da Galunion Consultoria, destaca pluralidade de consumidores hoje em dia. “Os hábitos têm mudado, existe trabalho híbrido, o que afeta algumas questões de consumo como o almoço. Temos uma mentalidade muito focada na saúde em razão da pandemia. Porém, esta mentalidade só existe durante a semana, não ocorre durante happy hour com amigos por exemplo”.
Outro assunto destacado por Simone foi a eficácia dos deliverys, um ponto vital durante as restrições. “O delivery está ficando mais ágil. Sabe-se que se o delivery que consegue atender em menos de 25 minutos aumenta a frequência dos seus consumidores. 80% dos consumidores nos informaram isso em nossa última pesquisa”, revela.
Marco Amatti, diretor-adjunto da Abrasel em São Paulo, abordou a dificuldade para conseguir funcionários interessados em trabalhar nos bares e restauntes. “Existe uma crise mundial para obter pessoas com vontade de trabalhar no setor. As novas gerações vieram com uma mentalidade de busca por empregos convencionais. Um marco importante para isto foi em 2007, quando começou a ser discutida a questão das gorjetas”, relembra ele.
A mudança dos estabelecimentos
“O restaurante se tornou um hub de soluções para o cliente. Às vezes se escolhe o delivery, às vezes a experiência no local, em outro momento compra-se a comida no local e leva para casa. Hoje já existem marcas de restaurantes indo para o supermercado. Pizzas semi prontas para finalizar em casa, o delivery mais fresco que se pode ter, afinal é do forno para a mesa”, diz Cristina.
Segundo Sérgio Molinari, fundador da Food Consulting, ainda falta uma visão mais ampla dos empresários em relação aos seus clientes. “O empreendedor normalmente tem muita dificuldade de entender o consumidor, faz pouca pesquisa. Muitas vezes o empresário não se respondeu questionamentos que já ficaram velhos, por exemplo: quem é meu público-alvo?”
Sérgio também ressaltou a importância da Copa do Mundo deste ano, pela primeira vez no final do ano, que pode ser um desafogo para o setor de bares e restaurantes. “Copa do Mundo fora de época, quase chegando no verão. Ela acontece entre novembro e dezembro. Pega primeira e segunda parcela do seguro desemprego. Dinheiro entrando pelo auxílio emergencial. Dá um sinal de que teremos um momento favorável”, projeta.
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