Compromisso acontece em decorrência de reportagem da Agência Pública que revelou que o iFood contratou agências de publicidade para desmobilizar movimento dos entregadores que reivindicavam melhores condições de trabalho e aumento das taxas repassadas pela plataforma
O iFood firmou um compromisso com o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) para tomar medidas em prol dos direitos trabalhistas e do direito à informação da população.
O acordo, conhecido como Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), foi assinado após uma reportagem da Agência Pública revelar que o iFood contratou agências de publicidade para desmobilizar os entregadores que reivindicavam melhores condições de trabalho. As agências também assinaram o TAC.
Segundo a reportagem, as agências contratadas criaram perfis falsos e se passaram por entregadores do iFood para questionar nas redes sociais as reivindicações dos trabalhadores. Essa matéria serviu como base para uma investigação do MPF. O TAC estabelece que o iFood deve garantir a liberdade sindical, os direitos de greve e de negociação coletiva dos entregadores.
Além disso, a empresa deverá financiar pesquisas e projetos no valor de R$ 6 milhões que analisem as relações de trabalho com os entregadores, o mercado publicitário e de marketing digital, e a responsabilidade social dos controladores de plataformas.
O objetivo é promover um ambiente de maior transparência nas redes sociais e assegurar o direito à informação da população. O iFood também ficará proibido de divulgar anúncios, propagandas e campanhas publicitárias sobre medidas adotadas pela empresa para promoção de direitos fundamentais e trabalhistas nos próximos seis meses.
O Ifood declarou que cumprirá os termos do TAC e destacou que as obrigações assumidas estão em consonância com seus valores e princípios. A empresa afirmou que o acordo busca promover transparência nas redes sociais, respeitar o direito de manifestação e associação dos entregadores, além de investir em pesquisas que contribuam para o desenvolvimento sustentável do país.
O Ifood também enfatizou que não cometeu as condutas investigadas. As agências de publicidade envolvidas ainda não se manifestaram sobre o assunto.
*Com informações da Agência Brasil.