Ao liderar a defesa do setor que representa, Abrasel liva do colapso milhares de pequenas e médias empresas do País
No fim de fevereiro de 2020, o Brasil começou a enfrentar o maior desafio da história recente. Com o primeiro caso de Covid-19 confirmado em São Paulo, na quarta-feira de cinzas (26/02), a sociedade foi aos poucos sendo contaminada pelo medo. De forma pioneira, já no começo de março, a Abrasel lança uma cartilha sobre a prevenção à doença no setor de bares e restaurantes – a primeira de uma série de publicações que se seguiriam, trazendo informação e orientação para os estabelecimentos de todo o país.
Ato contínuo, diante da crise que já se aprofundava, começou também um trabalho junto às autoridades do Governo Federal para que houvesse um plano de contenção de crise para o setor, que emprega mais de 6 milhões de trabalhadores no Brasil. Em Brasília, o presidente- executivo da Abrasel se reúne com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Em uma conversa franca, ele alerta para os profundos impactos que se desenhavam no setor, e pede ajuda para o pagamento de salários. A preocupação maior no momento era estancar possíveis demissões em negócios que já perdiam até 80% do seu faturamento – muitos já começavam a sofrer restrição de funcionamento por decreto de governos estaduais e prefeituras.
Demonstrando entender a profundidade e extensão do problema, o presidente pede à equipe econômica que acelere o estudo e a adoção de medidas protetivas ao emprego. Ato contínuo, a Abrasel reúne-se também com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Era o início da construção da Medida Provisória 936, que ficaria conhecida como MP dos Salários. Pelos estados, crescia a onda de fechamento de bares e restaurantes – muitos apenas autorizados a trabalhar com delivery. O momento pedia muita urgência. E o desafio: demonstrar que o setor de alimentação fora do lar era o mais impactado – e que o risco de demissões em massa era iminente.
Enquanto costurava com as autoridades, a Abrasel lança uma campanha, com anúncios nos principais jornais do país, chamando a atenção para o colapso que poderia sobrevir sem medidas protetivas ao emprego. De modo incansável, o presidente-executivo Paulo Solmucci colocou-se como um interlocutor vital não só do Executivo, mas também dos congressistas e da imprensa. Sempre chamando a atenção para as ameaças a um dos setores que mais empregam no Brasil.
A medida dos salários teve uma construção complexa, graças aos diversos alinhamentos que exigia. Outras medidas do governo foram anunciadas, como uma linha de crédito especial pelo BNDES. Mas a situação do emprego ia se agravando a cada dia. A campanha pelo salário continuava – a Abrasel lança então um contador do desemprego no setor, como mais uma forma de chamar a atenção para o problema.
Foram momentos de tensão no fim de março, com bares e restaurantes na expectativa. A MP foi editada no começo de abril, trazendo alívio a milhares de estabelecimentos. Logo após a edição da medida, a Abrasel promoveu um webinar (debate pela internet) com o Secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco. Foi a primeira oportunidade para que fossem esclarecidas as dúvidas sobre a medida. Mais de 36 mil pessoas acompanharam a transmissão pela internet, com a participação também do Secretário do Trabalho Bruno Dalcolmo, o diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, com mediação do presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.
Uma batalha emergencial estava ganha. Mas salvar os negócios também inclui outras muitas frentes de batalha. Empréstimos, negociação com fornecedores, com as empresas de serviços públicos (água, luz, gás), com as plataformas de delivery e a questão dos aluguéis eram apenas algumas delas. Em todas, a Abrasel tem uma ação decisiva. A entidade, todo o tempo, continua se movimentando na proteção do setor.
São inúmeros materiais produzidos e veiculados, como um website especial, atendimento automático pelo Whatsapp, inteligência artificial (a Ava) respondendo sobre os temas mais relevantes e várias cartilhas que se tornaram referência para outros setores. Estado a estado, prefeitura a prefeitura, os presidentes e executivos da entidade mobilizam-se para exigir dados corretos e rapidez nas medidas que atingem o setor. Porque acreditamos que só com diálogo e transparência pode-se enfrentar os desafios nunca antes vistos pelos empresários.
Linha do tempo: As principais ações em março e abril: posicionamentos, campanhas e
materiais de orientação da Abrasel na crise causada pelo novo coronavírus
04/03 – Abrasel disponibiliza e-book para bares e restaurantes com boas práticas para lidar com o novo coronavírus
12/03 – Governo do DF determina distância de 2 metros entre mesas. Abrasel se posiciona contra e defende 1 metro entre pessoas, de acordo com OMS
15/03 – Abrasel se antecipa e divulga vídeo do presidente Paulo Solmucci alertando para a crise, trazendo orientações para o setor, medidas de contenção e sugestões de medidas de redução de danos feitas ao governo
16/03 – Paulo Solmucci se reúne com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes e outros membros do governo federal, sensibiliza o governo para a importância do setor, o primeiro e mais afetado pela crise e articula conjunto de medidas para diminuir impacto nas empresas
16/03 – Medidas anunciadas pelo governo trazem alívio para o setor, mas ainda não resolvem o problema
18/03 – Começam os lockdowns. Santa Catarina é o primeiro estado a decretar fechamento de bares e restaurantes.
18/03 – Abrasel fecha acordo com Ifood e prazo para pagamento é reduzido
18/03 – Abrasel emite alerta de colapso ao governo e à sociedade: movimento caiu a quase zero e não há recursos para pagamento da folha. Abrasel veicula anúncio na Folha de São Paulo (Capa e Mercado), Estadão e Correio Braziliense.
20/03 – Em entrevista coletiva, secretário Carlos da Costa, ao lado de Jair Bolsonaro, diz que esteve com o presidente da Abrasel, cita o setor de bares e restaurantes como prioritário e afirma que anunciará medidas
22/03 – Abrasel faz campanha por salários dando voz a quem emprega, com série de vídeos de empresários impulsionados nas redes sociais
22/03 – Campanha “SEM SALÁRIO, É COLAPSO”. Peça postada nas redes sociais “Quem alimenta o Brasil não pode morrer de fome”.
27/03 – Campanha da Abrasel com o “contador de desemprego” para pressionar o governo a aprovar a MP dos Salários. No Facebook, mais de 100 mil pessoas alcançadas com a campanha.
29/03 – Abrasel prepara uma pesquisa sobre a crise do coronavírus para subsidiar as autoridades e a sociedade na tomada de decisões.
29/03 – Governo libera ajuda de R$ 36 bilhões para ajudar a pagar os salários.
01/04 – Publicada a MP 936 com soluções para pagamento dos salários
02/04 – Abrasel é a primeira a realizar Webinar sobre a MP dos salários com participação dos secretários Bruno Bianco e Bruno Dalcolmo e tem 36.000 espectadores.
07/04 – Abrasel pede clareza a governadores e prefeitos sobre planos de reabertura de bares e restaurantes. Paulo Solmucci pede mais atenção com os pequenos empresários e mais previsibilidade na condução da crise
08/04 – Ministério da Saúde define critérios para reabertura do comércio. Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, a preocupação agora está na definição de como será a retomada da economia. “É preciso que prefeitos e governadores definam essa situação claramente", diz.
09/04 – Cursos grátis da Abrasel e Sebrae sobre segurança dos alimentos e gestão de delivery ajudam bares e restaurantes
10/04 – Abrasel lança número de Whatsapp para ajudar bares e restaurantes
14/04 – Reabertura ou fechamento: falta transparência. Abrasel cobra informações de prefeitos e governadores.
16/04 – Governo prevê liberação de crédito por maquininhas de cartão, uma iniciativa da Abrasel.
23/04 – Abrasel realiza novo webinar, com a presença do Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do infectologista José Carlos Serufo (diretor do hospital de campanha em BH) e do presidente-executivo, Paulo Solmucci. O tema: Transparência e diálogo com a sociedade.