Segurança e conveniência justificam o comportamento do consumidor, segundo pesquisa
A maior parte dos brasileiros (89%) está disposta a experimentar novos métodos de pagamento, de acordo com a pesquisa “Hábitos do Consumidor”, feita pela Mastercard. A aceitação é apontada como um avanço em relação a outros países e uma oportunidade de inclusão financeira.
Dos brasileiros entrevistados, 53% disseram se sentir confortáveis diante de novas tecnologias, enquanto apenas 5% afirmaram o contrário. Outros 42% declararam estar dispostos de forma moderada a experimentar tais inovações.
Procurar por melhores formas de pagamento está relacionado ao interesse por maior segurança. Segundo o estudo, 59% dos participantes informaram que a confiança de que a tecnologia é segura é o requisito principal para usar um novo método de pagamento. Aspectos como conveniência e familiaridade com a prestadora de serviços aparecem na sequência, com 36% e 31% das respostas, respectivamente.
Nesse cenário de maior dinamismo do setor financeiro, surgem diferentes opções de pagamento, que vão desde transações por aproximação, passando pelo link de pagamento online até o aguardado lançamento do Drex, que será o Real Digital. As novidades ajudam a redefinir a experiência de compra e venda para consumidores e empresas.
O que esperar das transações financeiras nos próximos anos
O pagamento por aproximação tende a se consolidar como um hábito entre os brasileiros. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), mais da metade dos pagamentos físicos realizados em 2023 foram feitos por meio dessa tecnologia.
A expectativa é de expansão até o final de 2024, tanto em volume de transações, quanto na utilização de dispositivos que possibilitem essa forma de pagamento.
Já o QR Code deve ser adotado por mais empresas, com o intuito de facilitar transações online e offline. A versatilidade e a acessibilidade são aspectos positivos do recurso.
O Pix Automático, que tem lançamento agendado para outubro, de acordo com o Banco Central, também promete simplificar as transações financeiras entre pessoas físicas e jurídicas. Aproveitando a popularidade do Pix no Brasil, será incluída a opção de pagamento de contas e despesas diversas.
Para se ter uma ideia, o Pix é o meio de pagamento mais usado pelos brasileiros. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), ele representa mais de 90% das operações bancárias feitas no país.
O número de Inteligências Artificiais (IAs) integradas às plataformas de pagamento também deve aumentar. A tecnologia fornece soluções para simplificar, agilizar e personalizar os processos para que sejam mais seguros e convenientes, como os pagamentos por reconhecimento facial e biometria.
Conforme o estudo Artificial Intelligence – In-depth Market Insights & Data Analysis, a receita do mercado de softwares de IA deve atingir o valor de 126 bilhões de dólares até 2025 e crescer 35% ao ano.
Varejistas devem estar atentos às novidades
Os varejistas têm um apetite considerável por novos meios de pagamento, conforme observado pelo CEO da Mastercard no Brasil, Marcelo Tangioni, em declaração à imprensa. Segundo ele, o mercado tem boa aceitação com novidades que contribuem para impulsionar vendas e facilitam a jornada do consumidor com segurança.
Os métodos de pagamento têm interferência direta na decisão de compra dos clientes. Dessa forma, as soluções consideradas obsoletas ou que não fazem parte do rol de preferência dos consumidores podem levar à desistência da compra e à migração para um concorrente de negócio.
Oferecer maneiras personalizadas de pagamento, que levam a marca da empresa, pode ajudar a atrair e fidelizar público, bem como gerar nova fonte de receita e conquistar um diferencial competitivo.
Segundo levantamento da consultoria McKinsey, 76% dos consumidores dizem sentir-se frustrados quando não têm uma experiência personalizada em um contato com uma marca. Nesse sentido, a personalização é uma tendência que tem apresentado potencial de crescimento para os próximos anos.
Em relação aos meios de pagamento, os varejistas podem trabalhar com tecnologia e usar dados sobre hábitos de compra para possibilitar a personalização da experiência de forma embasada.