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As técnicas de rastreabilidade podem avaliar variações na refrigeração capazes de comprometer a qualidade do produto e reduzir a data de validade

As empresas conseguem, via instrumentos diversos, controlar a produção do começo ao final da cadeia, utilizar essas informações para melhorar os processos e ser mais transparente com os consumidores para que tenham segurança sobre aquilo que estão consumindo. Foto: Freepik

Há algum tempo, os grandes varejistas não tinham muita informação sobre como a matéria prima no começo da cadeia estava sendo produzida e extraída, o que poderia trazer impactos negativos relacionados a má qualidade e produção ilegal.

Hoje, é possível monitorar tudo via sistemas de rastreabilidade digital, que tem sido uma poderosa arma de controle para consumidores e empresas. E, para essas últimas, possibilidade de aumento da rentabilidade.

As empresas conseguem, via instrumentos diversos, controlar a produção do começo ao final da cadeia, utilizar essas informações para melhorar os processos e ser mais transparente com os consumidores para que tenham segurança sobre aquilo que estão consumindo.

No começo da cadeia de produção do leite ou da carne, por exemplo, é possível capturar dados da saúde do animal e registrar para acompanhamento e auditoria. “Essa rastreabilidade pode ser feita via blockchain por toda a cadeia, com registro na nuvem da saúde do animal no dia da coleta do leite e os dados laboratoriais”, detalha Rafael Alves, head de Digital na Siemens.

Durante o transporte, as técnicas de rastreabilidade podem avaliar variações na refrigeração capazes de comprometer a qualidade do produto e reduzir a data de validade. Isso pode ser registrado manualmente ou por automatização “por meio de equipamentos com tecnologia IoT (internet das coisas) e outros mais modernos, que já conversam com a nuvem”, explica o head da Siemens.

Na parte final da cadeia, a empresa pode verificar a condição do produto até a gôndola, o que facilita a identificação de produtos comprometidos de diversas formas. “A empresa consegue fazer um recall antes de o produto ser comprado pelo cliente”, diz Alves. Esse nível de utilização pode ser útil principalmente para produtos com alto valor agregado.

Informações no rótulo

O cliente também pode ter acesso aos dados daquele produto, conferindo a origem da matéria prima como forma de evitar o consumo de produtos oriundos de produtores ilegais, ou mesmo verificar sua validade ou autenticidade, como cervejas e outras bebidas especiais, que são produzidas com materiais originários de locais específicos do globo.

Para a empresa, esse nível de rastreabilidade pode ser usado em iniciativas de marketing, com a comprovação da qualidade de produtos premium ou em ações ambientais. “Já fizemos projetos de economia circular, envolvendo a Siemens na cadeia para consumo de papelão”, conta Alves. “Posso entregar o produto para uma indústria papeleira que depois me devolve. Tudo isso eu consigo fazer usando dados.”

Acessível aos pequenos e médios

Alves diz ainda que essas tecnologias estão acessíveis para todos os portes de empresas, principalmente por conta do barateamento do sistema de armazenagem das informações, hoje feita na nuvem, o que reduz consideravelmente os gastos com centros de armazenamento de dados.

O uso das técnicas de rastreabilidade digital pode ser ainda mais importante para pequenas e médias empresas, diz Thiago Azevedo, consultor de inovação e vendas da Marel. “Empresa de pequeno porte precisa ter em mente que se ela for organizada terá mais produtividade e, por consequência, mais rendimentos. E há sistemas para todos os tamanhos de empresas, não precisa ser grande para ter acesso”, diz o consultor.

O tamanho do projeto vai depender das necessidades, podendo ser customizado. Os hardwares utilizados podem contemplar desde coletores de dados mais simples munidos de tecnologia RFID até equipamentos já preparados para capturar dados, jogá-los na nuvem e iniciar a criação de insights via dados registrados em blockchain. Em ambos os casos, a garantia é de produção mais segura e rentável, segundo Azevedo.

Os pequenos e médios que controlam suas operações de maneira eficiente encontram mais facilidade também de fornecer para grandes empresas, que têm a necessidade de visualizar toda a cadeia de fornecimento por conta dos rigorosos processos de auditoria.

“No final das contas, o fator principal (para aplicação de técnicas de rastreabilidade digital) é o financeiro, e a preservação da imagem da empresa. Hoje em dia, os clientes exigem muita transparência dos fornecedores”, explica o consultor da Marel.

Fonte: FoodConnection

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