Estabelecimentos do setor se mostram cada vez mais abertos a um novo público, que inclui os animais de estimação de seus clientes
Por Flávia Madureira
Em busca de inovar e conquistar um público mais diversificado, muitos bares e restaurantes têm adotado a abordagem "pet-friendly", isto é, se declarado amigáveis à presença de animais de estimação acompanhados de seus donos.
A medida é facilmente justificável quando se analisa os dados do censo realizado pelo IPB (Instituto Pet Brasil) em 2021. A pesquisa revela que o Brasil é o terceiro país do mundo a ter mais animais de estimação, que somam 149.6 milhões.
O mesmo documento aponta um crescimento de 16.4% no mercado pet no ano de 2022. O segmento chegou a movimentar R$ 60,2 milhões e chamou a atenção de outros setores, como o de bares e restaurantes, que viram uma oportunidade de negócio.
Por que ser pet-friendly?
Hoje em dia, os animais de estimação são considerados membros da família e fazem parte da vida de seus tutores de uma forma muito próxima. O espaço se torna mais atrativo para os clientes quando acolhe, também, seus pets.
Quem afirma é Bruno Dórea, presidente da Abrasel no Sergipe e sócio do restaurante Seo Inácio, na capital do estado. “Os próprios clientes que frequentam o restaurante com seus animais de estimação fazem propaganda para amigos e familiares que também procuram pela experiência.”
Dessa forma, o estabelecimento acaba por chamar a atenção de um novo nicho de público. E para conquistá-lo de vez, o Seo Inácio estuda a implementação de um menu específico para os clientes de quatro patas, medida que já faz parte da rotina de diversos bares e restaurantes pet-friendly.
Incorporando a ideia
Para abraçar essa proposta, o negócio precisa proporcionar bem-estar aos animais visitantes. Mayara Baleiro, proprietária do bar Tom Zé em Campinas (SP), também reforça este aspecto: “Um bar verdadeiramente pet-friendly é aquele em que você pode curtir junto com o seu animal de estimação, de forma que ambos estejam confortáveis e satisfeitos.”
O estabelecimento, cuja estética se inspira na figura do cãozinho, já atua com um cardápio alternativo para pets e disponibiliza bebedouros e petiscos, que são oferecidos na entrada.
Ambos os empresários acreditam que esse modelo de negócio precisa proporcionar um serviço de qualidade que atenda de fato as necessidades do cliente, o que inclui o bem-estar de seus animais de estimação. Eles ainda apontam que um espaço arejado, amplo e aberto seja a infraestrutura ideal para executar a proposta.
Limpeza em dia
Os próprios tutores já se responsabilizam por cuidar de eventuais questões relacionadas às necessidades fisiológicas de seus pets, mas o estabelecimento deve se atentar à higiene a todo momento, com utensílios de limpeza destinados apenas a este uso.
No Tom Zé, os clientes podem solicitar saquinhos higiênicos para coletar resíduos e, no período da noite, é realizada uma faxina mais intensa, com o cuidado de evitar produtos que possam causar reações nos animais.
O Seo Inácio mantém uma rotina de limpeza que atua antes e após o atendimento ao cliente, além de apoiá-lo também durante sua estadia para manter o espaço em suas melhores condições.
“Aceitar animais de estimação deixa o ambiente mais familiar e informal, o que cativa um público que aprecia a experiência o restaurante na companhia de amigos e membros da família, incluindo os seus pets.”