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Economista aponta que riscos na prática envolvem o pagamento de altas taxas de juros

Conforme a pesquisa, houve uma queda significativa na modalidade de pagamento de fornecedores a prazo, que, em 2015, foi a principal fonte de financiamento (67%). Fonte: Canva

Mesmo tendo juros elevados, o cartão de crédito é usado como modalidade de financiamento por 39% dos donos de pequenos negócios do Brasil. Os dados são da 10ª edição da pesquisa “Financiamento dos Pequenos Negócios no Brasil”, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

O índice mostra, ainda, que 20% dos empresários fazem pagamentos a fornecedores a prazo, 7% fazem empréstimo em bancos privados e 4% realizam em agências públicas.

Segundo o Sebrae, as informações sinalizam as dificuldades de acesso a crédito junto ao sistema financeiro, motivo que leva os empreendedores a optar pelo cartão de crédito.

Conforme a pesquisa, houve uma queda significativa na modalidade de pagamento de fornecedores a prazo, que, em 2015, foi a principal fonte de financiamento (67%). O cheque pré-datado também perdeu espaço: era usado por 46% dos empresários em 2015 e, em 2023, apenas 4% afirmaram fazer uso.

Riscos

Toda empresa, no início, precisa de investimentos e recursos para poder começar as atividades. Atualmente, conseguir esses valores com bancos requer patrimônios elevados que não condizem com a realidade de quem está começando e, por isso, os empreendedores recorrem aos cartões de crédito. Entretanto, o economista Rafael Boulhosa explica que os riscos implicados em utilizar esse modelo de financiamento podem ser traduzidos em juros extrapolados.

“Para a empresa que está vendendo para esse micro empreendedor, é [um dinheiro] garantido, não corre o risco de levar golpe, da feita que passou o cartão, sabe que vai poder contar com esse recurso. O cartão de crédito tem funcionado como um moderador entre as partes", diz.

"Onde tá a arapuca: se o pequeno e microempresário, não conseguir pagar, vem o juros. O correto é ter crédito com alguma instituição financeira, mas o pequeno e microempresário, para conseguir o crédito, teria que ter recursos, coisa que não tem”, continua.

Soluções

O economista destaca que o melhor caminho para quem quer começar a empreender é ter um recurso próprio. Além disso, a busca por cooperativas de crédito também pode ser uma opção.

“De família, muitas vezes… Se desfazer de algum bem, como um carro, vender para poder investir no negócio. Os bancos não têm taxas brandas para quem está iniciando. Se é um empreendedor que está surgindo do zero, os bancos temem. Já as cooperativas de créditos tendem a ter taxas melhores. Existem instituições que olha para os pequenos e micro empresário com mais empatia e melhoram as taxas”, completa.

Fonte: OLiberal

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