Setor da bebida está entre os que mais cresceu nos últimos 10 anos
Com o isolamento social imposto pela pandemia, o consumo de cerveja migrou dos bares para dentro das casas dos brasileiros. Segundo dados de empresas que monitoram esse mercado, a quantidade total de vendas atingiu um nível que não era visto há anos.
Levantamento da Euromonitor, organização que analisa o mercado e percepções do consumidor, mostrou que o volume de vendas atingiu 13,3 bilhões de litros em 2020, perdendo apenas para 2014, ano em que o país sediou a Copa do Mundo.
Além da quantidade, a quarentena também influenciou a qualidade de produção da bebida. Dentro do mercado de cerveja, um dos segmentos que mais se destaca em crescimento é o de cerveja premium. O faturamento das cervejas consideradas premium cresceu 85% entre 2015 e 2020, de acordo com a pesquisa.
Mas, qual a diferença entre a cerveja premium e uma cerveja comum? As classificadas como premium têm maior teor de malte de cevada e de lúpulo em sua composição. Já em sentido comercial, contam com níveis de preço um pouco superiores ao segmento intermediário e a apresentação da marca é mais sofisticada.
Dentro desse segmento está a Cervejaria Madalena, no mercado desde 2012, a marca prioriza a não adição de antioxidantes, estabilizantes de espuma, ou qualquer aditivo químico utilizado a fim de encurtar o tempo de produção. Localizada em Santo André, a empresa inaugurou formatos de drive-thru durante a pandemia para manter as vendas.
Para Nikolas Hesz, diretor de operações da marca, a Madalena é um exemplo de como o setor está se tornando cada vez mais tecnológico: a fabricação das cervejas na empresa de 6 mil metros é quase totalmente automatizada.
“O aumento do consumo e o investimento em tecnologia refletiu na nossa produção. Em 2020, a Madalena tinha capacidade de fabricar até 120 mil litros por mês, agora essa média está em 200 mil, ou seja, é um crescimento de aproximadamente 66,6%”, afirma Hesz.
As estatísticas mostram que, seguindo a linha atual, o futuro desse segmento é promissor. De acordo com as pesquisas do mercado, a expectativa é de que o faturamento das cervejas premium cresça mais de 53,9% até 2025.