Panorama do setor no país foi apresentado no painel “Perspectivas do foodservice brasileiro e o que isso pode significar para o resto do mundo” durante a maior feira do setor no planeta
O Brasil tem atualmente o quinto maior mercado mundial de foodservice, como é chamada a cadeia de estabelecimentos especializada em preparar e servir refeições e bebidas. E o potencial de crescimento permanece grande, mesmo diante das dificuldades econômicas e das diferenças que ainda existem entre as regiões do País.
Os desafios e as oportunidades do setor foram debatidos no painel “Perspectivas do foodservice brasileiro e o que isso pode significar para o resto do mundo”, comandado por Cristina Souza, CEO da Gouvêa Foodservice, e Eduardo Bueno, head de Pesquisa e Inteligência da Mosaiclab, em um dos palcos da NRA Show 2023.
Atualmente, destacou Cristina Souza, existem mais de 1 milhão de operadores de foodservice em atuação no Brasil. Desse total, 23% fazem parte de grandes cadeias, nacionais ou estrangeiras. A imensa maioria, ou 77%, são independentes.
O Sudeste tem 42% do mercado e o Nordeste, 27%. Aumentar a penetração nas demais regiões é um grande desafio, destacou Eduardo Bueno. Sobretudo diante das diferenças relacionadas a distribuição de renda, desemprego e desenvolvimento.
“O País é continental, com muitos padrões de consumo diferentes. Existe um desafio, mas também uma oportunidade, de se explorar estratégias diferentes e locais para aumentar o tráfego no foodservice. Para operar no Brasil, é preciso entender as diferenças entre as regiões quanto se fala em distribuição de renda e oferta de produto, por exemplo.”
Setor em crescimento
Ainda assim, os dados mostram uma tendência de crescimento. O total gasto no foodservice aumentou 1% em 2022 em relação a 2019, segundo dados do Crest, pesquisa feita pela Mosaiclab. Pode parecer pouco, mas a diferença chega na casa do bilhão: em valores, o salto foi de R$ 213,9 bilhões para R$ 216,2 bilhões.
“Existe uma aceleração da recuperação do mercado, impulsionada principalmente pela tecnologia e novos comportamentos pós-pandemia”, disse Eduardo Bueno. Ele lembrou, no entanto, que a operação digital oferece mais complexidade para os operadores menores.
A penetração do foodservice brasileiro chegou a 29% em 2019, um recorde histórico. Nesse momento pós-pandemia, está na casa dos 24% hoje. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos esse índice passa de 50%. Tudo isso evidencia ainda mais o potencial que o mercado tem de crescer.
E quem quiser continuar crescendo não pode deixar de lado a digitalização, que ganhou muita relevância mundo afora nos últimos anos. Os pedidos feitos digitalmente dobraram entre 2019 e 2022.
“Para entrar no mercado brasileiro hoje é necessário investir no digital, oferecendo opções como pick up, delivery, ou qualquer outro meio que possa ser criado ao longo dos próximos anos. O consumidor brasileiro se acostumou com o digital. Ele pode voltar a frequentar o restaurante, mas até na loja física ele vai querer um totem de autoatendimento ou fazer um pedido por meio de aplicativo para retirar no balcão”, disse Eduardo Bueno.
“É muito importante mostrar a potência que o mercado tem. O mercado brasileiro já é o quinto mais importante do mundo quando a gente fala de foodservice, e muitas vezes a gente chega aqui e as pessoas perguntam: o que é exatamente o Brasil? Então é muito importante trazer informação de qualidade e mostrar o quanto o mercado vem evoluindo”, finalizou Cristina Souza.
Fonte: Mercado & Consumo
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