Anuário da Cerveja de 2022 oficializa otimismo para o segmento especializado na bebida
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou na semana passada o Anuário da Cerveja de 2022, que revelou dados animadores para o setor. De acordo com o relatório, o número de cervejarias registradas no Brasil chegou a 1729, um notável aumento de 11,6% em relação ao ano anterior, diferença equivalente a 180 estabelecimentos.
O Guia da Cerveja reuniu depoimentos dos representantes de diversas associações e entidades para traçar um panorama detalhado da situação do setor atualmente, diante dos resultados expostos pelo documento.
As opiniões coletadas convergem ao ressaltarem a popularidade da cerveja, tanto entre empreendedores quanto entre consumidores, como um fator de contribuição para o aumento no número de registros, ainda que nos últimos anos o setor tenha enfrentados desafios econômicos.
Os especialistas também consideram que o Anuário da Cerveja de 2022 seja um indício favorável ao potencial de expansão da atividade internamente, embora os empresários ainda enfrentem dificuldades, o que ressalta a importância do fortalecimento das políticas públicas que apoiem os pequenos empreendedores.
O cenário é de otimismo para o segmento, cujo crescimento deve permear tanto o alcance de diversas regiões do país quanto a variedade de produtos ofertados, ganhos relevantes para o mercado cervejeiro nacional.
Confira os depoimentos:
Abracerva - Gilberto Tarantino, presidente
“Vemos que os números de fato refletem o que o setor viveu em 2022, um período de recuperação e resiliência. O anuário reforça também que nosso segmento tem altíssimo potencial para gerar bons negócios e ainda não é explorado em todas as suas possibilidades."
"Enquanto há cidades e estados muito adensados e bastante maduros, outros ainda não foram contemplados com um volume mínimo de cervejarias locais e regionais."
"Já quando olhamos a taxa de crescimento de fábricas, embora pareça pequena em comparação com anos anteriores, ela é quase 4 vezes maior que a variação do PIB. Isso mostra que sentimos sim os impactos das sucessivas crises, mas temos novos empreendedores que acreditam na cerveja artesanal”.
Abralatas - Cátilo Cândido, presidente-executivo
“O setor cervejeiro, nosso parceiro de longa data, mostra seu potencial ano a ano. Há um importante impacto das novas cervejarias, que se espalham por todo o Brasil, mostrando o grande público que se interessa pela cerveja brasileira."
"É importante ressaltar que a maior parte (share) de toda a cerveja vendida hoje no país é em lata, a embalagem mais segura e sustentável que existe. Comemoramos junto ao setor cervejeiro estes números positivos certos de que a latinha e a cerveja estarão sempre juntos, em parceria, agradando em cheio o consumidor brasileiro”.
“Acredito que o setor continuará em crescimento. É visível o interesse do consumidor de cerveja por novas opções, novos formatos de lata e sabores. O consumidor está cada vez mais exigente e curioso, demandando o melhor produto na melhor embalagem. E nós seguimos em conjunto com o mercado cervejeiro nesta busca por mais e melhores opções para a cerveja brasileira”.
Abrasel - Paulo Solmucci , presidente
“A constante e pungente taxa de crescimento das cervejarias no Brasil demonstra que os consumidores valorizam muito a cerveja e, consequentemente, essa expansão da oferta se torna muito importante para o setor de bares e restaurantes, especialmente com a qualidade elevada que se observa hoje."
"A expansão da produção de cervejas no Sul e Sudeste do país chama muita atenção, mas, em especial, nós comemoramos o fato de que as cervejarias estão se expandindo também nas regiões Norte e Nordeste, mercados que certamente valorizarão estes investimentos”.
Aprolúpulo - Herman Wigman, presidente
“Os dados dos Anuário da Cerveja 2022 trazem muitas boas notícias para o lúpulo brasileiro. Vimos o número de cervejarias crescer em todas as regiões do país, o que é muito importante para uma cultura agrícola que também avança por todo o território nacional. Hoje, as micro e pequenas cervejarias ainda são o principal mercado do lúpulo nacional, então a chegada de quase 200 novas marcas ao mercado amplia ainda mais as oportunidades para o nosso segmento."
"E outro dado muito relevante diz respeito à aceleração no registro de novos produtos, que indica uma diversificação cada vez maior do mercado, algo em total sintonia com o que o lúpulo brasileiro oferece. Nosso setor também cresce em ritmo acelerado e tem o objetivo de transformar a cerveja brasileira, oferecendo mais qualidade e diversidade, com custos altamente competitivos”.
Febracerva - Marco Falcone, presidente
“Os números são expressivos. Em um país pós-pandemia, estagnado, ter um crescimento relevante, com mais de 1.700 cervejarias, é algo impressionante. Hoje, respondemos por 2% do PIB nacional, o que não é pouco, com empregos para mais de 2 milhões de pessoas. Isso tudo demonstra o poder de uma área ligada à gastronomia e saudável, por seu baixo teor alcoólico, sendo um alimento importante”.
Ministério da Agricultura - Eduardo Marcusso, servidor público e consultor técnico da Câmara Setorial da Cerveja
“Acredito que estamos chegando em um platô de crescimento, ou seja, apesar de crescer, existe uma limitação no processo. Assim, a cada pesquisa se consolida a necessidade de incentivos para as pequenas cervejarias. A reforma tributária vai ajudar muito, mas é providencial para manutenções do crescimento das pequenas cervejas a diferenciação tributária por tamanho de empresa para além do Simples Nacional”.
Sindicerv - Márcio Maciel, presidente-executivo
“Os números apresentados comprovam o potencial do setor cervejeiro, que demonstrou evolução e crescimento de micro, pequenas e médias cervejarias, mesmo diante de um cenário desafiador e marcado pela alta taxa de juros e inflação em elevação”.
“É o primeiro ano cheio após a pandemia. Tivemos um carnaval que foi considerado o maior de todos os tempos, com mais de R$ 8 bilhões inseridos na economia segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio) e grandes eventos que irão acontecer no país, além da sinalização de reformas estruturantes sendo discutidas, como a reforma tributária."
"Tudo isso é sinalização para o empresário, seja grande ou pequeno, de que vale a pena investir no Brasil e continuar produzindo. Os empregos estão sendo retomados e a perspectiva é que a renda melhore também”.
*Com informações de Guia da Cerveja
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